FotoNome do Livro: A filha perdida

Autora: Elena Ferrante

Editora: Intrínseca

Ano: 2016

Páginas: 176

 

Essa obra intensa e psicológica nos conta sobre a relação da protagonista Leda com suas filhas e revela outra face da maternidade.

Leda é uma acadêmica divorciada de 48 anos, que tem duas filhas já adultas e independentes e resolve sair de férias sozinha. Ela aluga uma casa litorânea no sul da Itália e divide-se entre a praia e suas leituras até notar uma família napolitana.

Observando essa família, e principalmente uma jovem mãe (Nina) e sua filha (Elena), Leda relembra passagens de sua infância e seu relacionamento com a mãe, e também passagens de suas filhas e suas atitudes como mãe.

Há dois pontos principais nessa trama, primeiro quando Elena perde-se na praia e é Leda quem a encontra, começando aí uma relação com Nina. Segundo quando Elena perde a boneca e sabemos que foi Leda quem a roubou, começamos a notar o desespero da criança e obviamente o de sua mãe, e a paciência, ou até mesmo a sanidade de Nina ruir.

Leda vê Nina definhar tentando acalmar a filha, ela observa todas as suas atitudes e seu cansaço físico e mental, mas não cogita devolver a boneca. Sabemos que Leda abandonou as filhas na infância e esse ato com a boneca de Elena, parece um teste cruel para Nina.

Fiquei encantada com o poder dessa narrativa. Elena Ferrante rege com maestria o desenrolar dessa trama, que parece tão simples, mas que carrega uma intensa carga psicológica. O que é ser mãe? Até onde vai a satisfação com a maternidade? São questões abordadas na obra, de maneira tão visceral, desmistificando a “santidade materna”. É um jorro de realidade, é sensacional.

NOTA: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥