Livro mais recente da aclamada escritora italiana Elena Ferrante, A vida mentirosa dos adultos, é um romance de formação contemporâneo, onde Ferrante escancara as angústias de uma adolescente, quando ela se depara com a hipocrisia familiar.
Narrado em primeira pessoa por Eva, uma mãe transtornada depois que seu filho Kevin cometeu uma série de assassinatos na escola que frequentava. Através de cartas para o ex-marido, Eva relembra a infância perturbadora de Kevin e tenta encontrar um motivo para os atos do filho.
Nome do Livro: Shantaram
Autor: Gregory David Roberts
Editora: Intrínseca
Ano: 2011
Páginas: 912
A obra é baseada na vida do próprio autor, que fugiu de uma prisão pelo muro da frente, foi parar em outro país, fez figuração em um filme de Bollywood, foi preso, trabalhou para a máfia e lutou no Afeganistão. É uma história tão cheia de aventuras, que mais parece ficção.
Depois do divórcio e de perder a guarda da filha, o protagonista Lin, se afunda nas drogas e começa a assaltar para bancar seu vício, o que o leva a uma cadeia de segurança máxima na Austrália. Sofrendo diversos abusos dentro da prisão, Lin consegue fugir e vai parar na Índia.
Quando ele chega a Bombaim (atual Mumbai) ele se deixa absorver pela cidade, faz muitos amigos, principalmente o guia Prabaker, aprende a falar o Hindi e o Marata (dialeto indiano) e se delicia com a nova vida.
Lin se depara com a miséria e ao mesmo tempo com a beleza da Índia e de seu povo. Ele visita a pobre aldeia natal de Prabaker e é tão bem acolhido por sua família, que eles lhe dão um nome: Shantaram (homem de paz), ele mora durante um tempo em uma favela sem água, esgoto ou qualquer conforto e, se sente mais humano do que nunca quando se torna “médico” do lugar (ele só tinha curso de enfermagem).
O estrangeiro louro, alto, branco, médico de uma favela e que fala Marata ficou tão popular, que pessoas muito importantes se interessaram por ele. Foi assim que Lin conheceu e começou a trabalhar para um dos chefões da máfia de Bombaim, Abdel Khader, e se aventurou no mercado negro indiano.
A índia sempre foi um país que me instigou, seja por sua religiosidade ou pelos costumes, sempre achei tudo muito encantador. Gosto das músicas e do clima, mas esse livro foi uma viagem mais profunda ao país, por um lado a miséria brutal e por outro a docilidade da população. É muito difícil falar sobre esse livro sem entrar em muitos detalhes, são muitos personagens e acontecimentos, mas a bela narrativa não o deixa cansativo. Não tive tanta empatia pelo protagonista, mas seu amigo Prabaker é um personagem maravilhoso e as passagens mais bem humoradas são dele. São sensacionais também, os diálogos de Lin com Abdel Khader sobre filosofia, um prato cheio.
Um ponto importante que não posso deixar de mencionar nessa resenha, é quanto a edição. O livro quase não tem notas de rodapé, por toda a narrativa conhecemos personagens de diversos países, e em muitos diálogos não há tradução. Para mim isso foi um ponto favorável, eu não me importo em pesquisar, até gosto, mas muitas pessoas podem se incomodar um pouco, mas nada que tire o brilho dessa maravilha que é Shantaram.
NOTA: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Nome de Livro: Um amor incômodo
Autora: Elena Ferrante
Editora: Intrínseca
Ano: 2017
Páginas: 176
Já no começo da narrativa, Delia descobre que sua mãe morreu afogada em circunstâncias suspeitas, o que a faz questionar se realmente a conhecia. Amalia sempre muito recatada e comedida foi encontrada morta, praticamente nua, usando apenas um sutiã de grife.
Durante todo o livro Delia reencontra pessoas do passado e relembra (confusamente) acontecimentos da infância. Ela parece ter uma dupla relação com a mãe, tanto em vida como agora depois da morte, ao mesmo tempo em que repudia os atos e quer parecer o mínimo possível com Amalia, ela muitas vezes reconhece traços da mãe em si mesma e parece gostar da semelhança.
O importante salientar é que todos os fatos são expostos pela visão de Delia, ela é a narradora, e parece muito confusa com suas próprias memórias. Sua mãe realmente tinha um amante? Provocava os homens propositadamente? As únicas memórias que não parecem confusas e que podemos realmente afirmar como verdadeiras é em relação à violência paterna, Amalia sofria com o ciúme do marido e foi agredida diversas vezes, e mesmo depois da separação ele continuava ciumento e violento.
A obra é sobre uma filha tentando conhecer a mãe, nas lembranças, nas pessoas e em si mesma. Ou, é uma tentativa de não reconhecer-se na própria mãe.
Esse foi o primeiro livro publicado por Elena Ferrante e já é notório o seu estilo narrativo e seu talento. Talvez a crueza dessa obra não agrade algumas pessoas, mas ela é de uma incrível profundidade, com grande carga psicológica e subjetividade. É perturbadoramente íntimo.
NOTA: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Posts recentes
Arquivos
Categorias
- Biografias
- Editora Record
- Feminismo
- Global Editora
- Literatura Afegã
- Literatura Alemã
- Literatura Americana
- Literatura Argentina
- Literatura Brasileira
- Literatura Canadense
- Literatura Chilena
- Literatura Chinesa
- Literatura Espanhola
- Literatura Francesa
- Literatura Inglesa
- Literatura Irlandesa
- Literatura Italiana
- Literatura Japonesa
- Literatura LGBTQIA+
- Literatura Libanesa
- Literatura Mexicana
- Literatura Nigeriana
- Literatura Norueguesa
- Literatura Persa
- Literatura Portuguesa
- Literatura Russa
- Literatura Sueca
- Machado de Assis em ordem cronológica
- Maternidade
- Quadrinhos
- Reflexões
- Tag Experiências Literárias
- Todos
Comentários