Livro de poesias da escritora carioca Bruna Beber, que mistura ousadia e surrealismo.


A obra é dividida em três partes e os poemas, ao invés de títulos, são numerados com números primos, o que já causa certa estranheza.
A autora usa muito a ressignificação de palavras, já no título do livro ela inicia essa jornada. A palavra “ladainha” possui dois significados; primeiro é uma prece, um apelo divino; o segundo, e mais usado hoje, é a repetição incansável de alguma narrativa..

97
Escrever é irmão
do andar e primo
do voltar, substitua

No inverno é bom

Escrever com calma
e inventar um cinzeiro flutuante
chegar e sair descalço do poema

No verão bombom

Escrever sempre
o tempo é uma mula elástica em fuga
e se conselho fosse bom

Sair na rua de moletom. (p.65)

Para mim o livro foi uma ladainha, repetição incansável do inusitado.

Nome do Livro: Ladainha
Autora: Bruna Beber
Editora: Record
Ano: 2017
Páginas: 91

Leia também a resenha do livro de poesias Júbilo, memória, noviciado da paixão de Hilda Hilst