Um dos livros menos conhecidos do popular escritor baiano Jorge Amado, Farda fardão camisola de dormir é uma sátira/crítica às instituições ultrapassadas e conservadoras do Brasil.


Escrito em 1979, a história, diferente dos outros livros que li do autor, não se passa na Bahia. O livro é ambientado no Rio de Janeiro em 1940, no período dramático do Estado Novo.
No início da trama ocorre a morte do poeta Antonio Bruno e, com isso, abre-se uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Com essa nova vaga, muitos discutem sobre quem preencherá a cadeira de Antonio Bruno é, quando, o Coronel Agnaldo Sampaio Pereira torna-se candidato.
Abertamente nazista, Pereira é um dos nomes mais temidos do governo militar, torturador conhecido pelos revolucionários, o coronel escreve sobre supremacia branca e agora almeja uma vaga na ABL.
Mas os literatos imortais não vão deixar por menos e, lançam a candidatura de um coronel que não se intimida com o rival.
A corrida pela vaga na ABL é narrada por Jorge Amado com muito humor (o que já é costume do autor), mas, também explora a importância e o poder da manipulação, da compra e venda de votos, a relação esquerda/direita, ou seja, é uma obra atemporal e, as semelhanças com o atual momento do país são assustadoras.

Nome do Livro: Farda fardão camisola de dormir
Autor: Jorge Amado
Editora:Grupo Editorial Record
Ano: 2001
Páginas: 240

Leia também a resenha do livro A morte e a morte de Quincas Berro D´água, outro livro incrível de Jorge Amado.