Narrado em primeira pessoa por Eva, uma mãe transtornada depois que seu filho Kevin cometeu uma série de assassinatos na escola que frequentava. Através de cartas para o ex-marido, Eva relembra a infância perturbadora de Kevin e tenta encontrar um motivo para os atos do filho.


Eva é uma mulher bem sucedida e muito bem casada, ela e Franklin vivem um casamento maravilhoso e a maternidade nunca foi uma opção para Eva, mas sempre foi o sonho de Franklin. Assim, mais para agradar o marido, Eva engravida. Já durante a gravidez percebemos o arrependimento dessa futura mãe, ela não consegue se envolver com o filho e durante o parto até tenta segurá-lo dentro de si, não colaborando com os médicos.
Kevin nasce fisicamente muito parecido com a mãe e, desde o nascimento, parece rejeitá-la. Não mama no seio e chora durante todo o tempo que passam sozinhos, só com a chegada do pai, o menino se acalma.
Quando cresce, Kevin desenvolve certas particularidades inatas a uma criança, ele demora muito a falar e a deixar as fraldas, esconde uma inteligência incomum e dissimula a todo momento. Apenas Eva parece perceber a má índole do filho.
Muitos acontecimentos mostram o lado sombrio de Kevin, todos eles atenuados pelo pai e, essa discordância entre o casal começa a fetar o bom casamento.
Em meio as cartas, Eva vai refletindo sobre os erros que cometeu e, tenta encontrar um porque para o comportamento de Kevin.
Já no final do livro ela relembra o massacre na escola e, vemos, do que Kevin é realmente capaz.

Com uma narrativa mais lenta, a autora nos envolve nessa trama muito difícil de digerir. A lentidão é muito conveniente, já que Eva precisa vivenciar todo o passado minuciosamente, na tentativa de encontrar uma razão.
É difícil ter empatia por algum personagem e, a questão da maternidade compulsória deixa o livro ainda mais sufocante, mas ainda sim, uma excelente obra.

Nome do Livro: Precisamos falar sobre o Kevin
Autora: Lionel Shriver
Editora:Intrínseca
Ano: 2007
Páginas: 463

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