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Nome do Livro: Shantaram

Autor: Gregory David Roberts

Editora: Intrínseca

Ano: 2011

Páginas: 912

 

A obra é baseada na vida do próprio autor, que fugiu de uma prisão pelo muro da frente, foi parar em outro país, fez figuração em um filme de Bollywood, foi preso, trabalhou para a máfia e lutou no Afeganistão. É uma história tão cheia de aventuras, que mais parece ficção.

Depois do divórcio e de perder a guarda da filha, o protagonista Lin, se afunda nas drogas e começa a assaltar para bancar seu vício, o que o leva a uma cadeia de segurança máxima na Austrália. Sofrendo diversos abusos dentro da prisão, Lin consegue fugir e vai parar na Índia.

Quando ele chega a Bombaim (atual Mumbai) ele se deixa absorver pela cidade, faz muitos amigos, principalmente o guia Prabaker, aprende a falar o Hindi e o Marata (dialeto indiano) e se delicia com a nova vida.

Lin se depara com a miséria e ao mesmo tempo com a beleza da Índia e de seu povo. Ele visita a pobre aldeia natal de Prabaker e é tão bem acolhido por sua família, que eles lhe dão um nome: Shantaram (homem de paz), ele mora durante um tempo em uma favela sem água, esgoto ou qualquer conforto e, se sente mais humano do que nunca quando se torna “médico” do lugar (ele só tinha curso de enfermagem).

O estrangeiro louro, alto, branco, médico de uma favela e que fala Marata ficou tão popular, que pessoas muito importantes se interessaram por ele. Foi assim que Lin conheceu e começou a trabalhar para um dos chefões da máfia de Bombaim, Abdel Khader, e se aventurou no mercado negro indiano.

A índia sempre foi um país que me instigou, seja por sua religiosidade ou pelos costumes, sempre achei tudo muito encantador. Gosto das músicas e do clima, mas esse livro foi uma viagem mais profunda ao país, por um lado a miséria brutal e por outro a docilidade da população. É muito difícil falar sobre esse livro sem entrar em muitos detalhes, são muitos personagens e acontecimentos, mas a bela narrativa não o deixa cansativo. Não tive tanta empatia pelo protagonista, mas seu amigo Prabaker é um personagem maravilhoso e as passagens mais bem humoradas são dele. São sensacionais também, os diálogos de Lin com Abdel Khader sobre filosofia, um prato cheio.

Um ponto importante que não posso deixar de mencionar nessa resenha, é quanto a edição. O livro quase não tem notas de rodapé, por toda a narrativa conhecemos personagens de diversos países, e em muitos diálogos não há tradução. Para mim isso foi um ponto favorável, eu não me importo em pesquisar, até gosto, mas muitas pessoas podem se incomodar um pouco, mas nada que tire o brilho dessa maravilha que é Shantaram.

NOTA: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥