Primeiro livro escrito por uma mulher negra a ganhar o prêmio Pulitzer, “A cor púrpura” traz um doloroso relato sobre racismo  machismo, solidão e violência. Num romance epistolar duro e cheio de gatilhos, Alice Walker consegue nos envolver na história através de um fio de esperança. 


Celie é abusada na infância e orientada por seu abusador a não contar nada para ninguém. Numa tentativa de diminuir o peso que carrega, Celie começa a escrever cartas para Deus e, é através dessas cartas, que conhecemos sua história. 
A vida de Celie é uma das mais duras da ficção. Abusada desde a infância e depois entregue em casamento para um homem muito mais velho e extremamente violento, Celie é escravizada pelo próprio marido. Tratada feito lixo, ela tem que abaixar a cabeça para tudo e até sua única amiga, sua irmã Nettie, é arrancada de seu convívio. 
Muitos anos se passam antes de Celie ter um alento, e ele chega na figura de Shug, a amante do marido de Celie.Shug chega para mostrar que uma mulher pode ser livre e a relação das duas se estreita cada vez mais.
Com o tempo outras mulheres entram na vida de Celie, e o apoio mútuo entre elas é que dá esperança para essa triste história. Acho que esse é um dos livros onde a sororidade se faz mais presente, e uma das histórias de redenção mais lindas da literatura. 


A história de “A cor púrpura” foi adaptada para o cinema em 1985, num filme dirigido por Steven Spielberg e estrelado por Whoopi Goldberg. Eu assisti a adaptação mas achei muito fraca frente ao livro. Há cenas bonitas, mas no geral é um filme mediano.

Nome do Livro: A cor púrpura
Autora: Alice Walker
Editora: José Olympio
Páginas: 336