Antonio Skármeta narra a ditadura chilena com tanta leveza que mais parece uma valsa e, é nessa valsa que mora a esperança de derrubar Augusto Pinochet.


Ambientado no Chile da década de 1980, O dia em que a poesia derrotou um ditador, nos insere na vida de dois protagonistas. Um deles é Adrián Bettini, um renomado publicitário que já foi preso político, o outro é o genro de Bettini, Nico Santos, um jovem estudante que teve o pai preso por militares e, tenta manter a normalidade e não se envolver em política, na esperança que, assim, seu pai seja libertado.
A vida desses dois personagens sofre uma reviravolta, quando o general Augusto Pinochet resolve fazer um plebiscito, para mostrar ao mundo que não é um ditador. Nesse plebiscito a população chilena pode votar “Sim” pela permanência de Pinochet e, “Não” pela sua saída.
Quando Bettini assume a produção da propaganda pelo não (será a primeira vez que o ditador libera propaganda da oposição) se vê num impasse, como produzir algo em 15 minutos de televisão, que convença os indecisos a votar contra Pinochet.
É nesse momento de impasse que Nico lhe apresenta um sujeito estranho, um compositor decadente que compôs uma letra para uma valsa muito popular (Danúbio Azul de Strauss) e oferece a valsa como tema da campanha. Quando Bettini aceita, a onda do “Não” invade o Chile.


O título do livro já é um spoiler do seu desfecho, mas o que o título não revela é a fluidez e leveza da narrativa de Skártema. É com uma grande dose de otimismo e esperança que o escritor chileno mergulha na ditadura de Pinochet.
Para nós brasileiros, vivendo o ano de 2020 de pandemia e desgoverno, o livro de Skármeta, é uma ponta de esperança, então vamos nos agarrar à valsa do “Não”.

Nome do Livro: O dia em que a poesia derrotou um ditador
Autor: Antonio Skámeta
Editora: Grupo Editorial Record (Tag Experiências Literárias)
Ano: 2020
Páginas: 224

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