Nome do Livro: Crime e Castigo
Autor: Fiódor Dostoiévski
Editora: Martin Claret
Ano: 2013
Páginas: 591
De origem humilde, o estudante Raskólnikov vive longe da família em São Petersburgo, sem dinheiro para nada, o jovem tem que deixar a universidade, não consegue trabalho, está endividado e começa a penhorar com uma velha agiota, seus poucos pertences.
Diante da notícia do noivado de sua adorada irmã Dúnia, com um homem que repudia, Raskólnikov é tomado pelo sentimento de raiva, sente que falhou em seu papel de provedor da irmã e da mãe, e num ato de “desespero” resolve cometer um crime.
O crime: matar e roubar a velha agiota. A senhora com quem Raskólnikov penhora seus pertences, é uma mulher pouco estimada na cidade, conhecida por ser avarenta, ranzinza e por tratar como escrava sua irmã Lizaveta, além de humilhar seus clientes, principalmente Raskólnikov.
Com tudo milimetricamente planejado, Raskólnikov mata a velha agiota a machadadas, mas no momento em que está roubando as jóias e o dinheiro, a irmã Lizaveta volta mais cedo e ele não tem alternativa senão matá-la também.
Raskólnikov não é ligado aos assassinatos e, outra pessoa chega a ser presa pelo crime, deixando-o fora das investigações, mas sua consciência o atormenta e isso começa a chamar a atenção.
Em meio a delírios (ele adoece e tem febres altíssimas) e sonhos, a própria consciência de Raskólnikov molda os prós e contras de seus atos e a todo instante ele julga a si mesmo. E mesmo depois de desfazer-se dos objetos roubados, ele não consegue se livrar da tormenta em sua mente. Parecia o crime perfeito, mas ele não consegue superar seu maior castigo, o sentimento de culpa.
Outra questão que o atormenta, é que Raskólnikov defendia a teoria que afirma a existência de pessoas extraordinárias, como Napoleão Bonaparte, e que essas pessoas devem ser subordinadas a um regime diferenciado de leis, que lhes permitam fazer coisas que não são permitidas aos demais, os chamados ordinários. O sentimento de culpa que assola Raskólnikov mostra que diferente do que pensava ele não é extraordinário, e isso o envergonha.
Publicado em 1866, Crime e castigo aprofunda o confronto entre questões ideológicas e morais, trata amplamente de filosofia e psicologia enquanto debate a angustia e os conflitos da alma humana. Mais que um romance sobre um crime e sua punição, a obra revela a consciência de um criminoso e as questões que o leva a cometer o crime, além de expor as idéias do autor sobre moralidade e religião, principalmente, na redenção de Raskólnikov no amor (pela prostituta Sônia) e na fé.
Avaliação: 4/5
Nome do Livro: Divina Comédia
Autor: Dante Alighieri
Editora: Martin Claret
Ano: 2002
Páginas: 534
Poema escrito por volta de 1307, a Divina comédia nos conta sobre a jornada de Dante pelo Inferno, Purgatório e Paraíso.
No início do poema, Dante encontra-se em uma floresta encurralado por três animais ferozes, quando o espírito de Virgílio (poeta italiano e ídolo de Dante) aparece e o salva propondo outro caminho, através do Inferno, do Purgatório e do Paraíso, onde encontraria sua amada Beatriz.
No inferno, Dante atravessa nove círculos (em formato de cone que chega ao centro da terra), dentro dos quais as almas estão em penitência de acordo com suas faltas cometidas em vida. São eles: os não batizados, os luxuriosos, gulosos, avarentos, coléricos e preguiçosos, incrédulos e hereges, violentos, fraudulentos e, por fim os traidores.
No purgatório, Dante atravessa sete círculos (em formato de montanha cônica) onde as almas estão expurgando seus pecados, são eles: os orgulhosos, invejosos, iracundos, preguiçosos, avarentos, gulosos e luxuriosos. No fim do último círculo do purgatório, Dante chega ao paraíso terrestre (jardim do Éden) onde despede-se de Virgílio para encontrar Beatriz. No paraíso terrestre, ele passa pelos rios Letes (para esquecer as faltas cometidas) e Eunoé (para rememorar as boas ações), para finalmente estar preparado e entrar no paraíso.
No paraíso encontra-se os sete céus planetários, de acordo com o grau de virtude e felicidade, são eles: Lua (fortaleza), Mercúrio (justiça), Vênus (temperança), Sol (prudência), Marte (fé), Júpiter (esperança) e Saturno (caridade). Há também o oitavo céu, das estrelas fixas, onde há a luz dos bem-aventurados e o triunfo de Cristo, por fim após Dante ser interrogado por São Pedro, Tiago e João ele sobe ao nono céu, Empíreo. Lá encontra-se a Rosa celeste, formada por almas triunfantes e anjos ao redor de Deus. Beatriz deixa Dante com São Bernardo e esse ora para a Virgem Maria para que Dante possa ter a visão da Divindade.
No fim Dante contempla Deus e suas faces pai, filho e espírito santo, assim termina o poema.
É incrível o poder e a força que uma obra como essa tem, e é isso que a torna atemporal. O enredo, a métrica, as divisões dos cantos, tudo é perfeitamente interligado e tudo tem um significado brilhante. Acredito muito na importância de ler os clássicos e essa sem dúvida é uma obra que deveria ser lida por todos, muito do que vemos e lemos hoje tem inspiração na Divina comédia.
NOTA: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
* Como a obra foi escrita originalmente em dialeto florentino, a compreensão pode ser mais difícil, utilizei um site (www.stelle.com.br) para me auxiliar em algumas partes, e ficou muito mais acessível.
Nome do Livro: A relíquia
Autor: Eça de Queirós
Editora: Martin Claret
Ano: 2007
Páginas: 239
Teodorico Raposo fica órfão ainda criança, e é levado aos cuidados de sua tia D. Patrocínio, uma beata muito rica, que cria o garoto com todo o conforto, mas sempre cobrando retidão. O que a tia não sabe é que Raposo é muito boêmio e apenas finge ser religioso para herdar sua fortuna.
Os anos passam e Raposo consegue manter sua boemia escondida de D. Patrocínio e, ela crendo na sua retidão o envia à Terra Santa, para que não só visite o local sagrado, mas que traga uma relíquia sacra para a tia. Em Jerusalém, o jovem vive grandes peripécias, uma delas é o romance com Miss Mary, que lhe dá uma camisola perfumada de recordação, e já cansado de tanta religiosidade e tendo encontrado a relíquia perfeita para enganar a tia (uma réplica da coroa de espinhos) ele volta para Portugal.
Na volta é recebido com todos os mimos da tia, até ele lhe entregar a relíquia errada, ao invés da coroa de espinhos ele lhe entrega a camisola de Miss Mary. D. Patrocínio expulsa o sobrinho de casa, este a princípio vende as outras bugigangas trazidas de Jerusalém, mas sem dinheiro, aceita um emprego oferecido por um velho amigo. A tia morre e deixa o óculo para o sobrinho, para que ele veja de longe a fortuna que não herdou.
Raposo casa-se e aprende a não mais mentir, mas no fim ele ainda se martiriza por não ter enganado a tia uma última vez, dizendo que a camisola era, na verdade, de Maria Madalena.
De longe esse foi o livro mais fraco que li do Eça de Queirós, mas ainda assim é muito interessante. A crítica a religião (não a fé) e a sátira aos idólatras, são o ponto principal dessa obra, cheia de realismo e humor.
NOTA: ♥ ♥ ♥
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