A noite de 14 para 15 de Abril de 1912 marcou para sempre a história com o naufrágio do Titanic, o navio “inafundável”. Inúmeras vidas se perderam, inúmeros bens se perderam e um livro precioso também se perdeu.


E é a história desse livro raro, naufragado junto com o Titanic, que o jornalista e escritor franco-libanês Amin Maalouf nos conta em seu romance histórico “Samarcanda”.
O livro é dividido em 4 partes. Nas duas primeiras somos apresentados à Omar Khayyam, um poeta, matemático, astrônomo e filósofo persa que chega à antiga cidade de Samarcanda (no atual Uzbequistão) em meados de 1072. Sua chegada não é muito amistosa, ele é perseguido por ser um filósofo (prática considerada profana) e levado à um juiz. Mas o juiz conhece a fama do brilhante Omar e além de o inocentar o presenteia com um livro em branco, para que ele escreva rubais (poemas em quatro versos). Assim começa a nascer o Rubaiyat de Omar Khayyam.
Nas duas últimas partes do livro, somos apresentados ao narrador Benjamin O. Lesage, um jovem norte americano que vive no início do século XX, e está tentando encontrar o manuscrito do Rubaiyat. O livro ficou perdido por muito anos e agora Benjamin tem um forte indício de onde encontrá-lo. 
Em “Samarcanda ” Amin Maalouf mistura ficção e realidade num livro com fortes e marcantes passagens pela história do Oriente Médio e da Ásia. É um livro para mergulhar e aprender sobre uma cultura muito diferente da nossa, o que eu particularmente adoro, mas infelizmente, o livro é maçante.A história que poderia ser brilhante, não flui numa narrativa truncada, a sensação que me passou é de esperar um desenvolvimento que nunca chega.
Aprendi muitas coisas com “Samarcanda” e fiquei com muita vontade de ler o “Rubaiyat” (sim, o livro existe mesmo, mas não foi o manuscrito que naufragou com o Titanic, e sim uma edição especial), porém a narrativa de Amin Maalouf não me entusiasmou. 

Nome do livro: Samarcanda
Autor: Amin Maalouf
Editora: Tabla
Ano: 2022
Páginas: 364