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Nome do Livro: A redoma de vidro

Autora: Sylvia Plath

Editora: Biblioteca Azul

Ano: 2014

Páginas: 280

 

 

Esther é uma jovem estudante do interior dos Estados Unidos, muito estudiosa e promissora, que ganhou  um estágio em uma grande revista de Nova York.

Durante sua estada na cidade grande, e em contato com todo o glamour que o estágio oferecia, Esther passa por pequenos e grandes acontecimentos que a fazem rememorar suas escolhas e, a contestar sua maneira de viver, seus gostos e anseios futuros. Começa a contestar o sentido de sua vida.

Tudo parece estar no caminho certo, ela tem uma bolsa de estudos na universidade, um estágio dos sonhos e uma carreira promissora, mas as coisas que, outras meninas de sua idade achariam espetaculares, para ela não têm o mesmo sabor. E quando o estágio acaba e ela volta a sua pequena cidade, Esther é sugada pela depressão.

A princípio não percebemos o que está acontecendo com ela, pequenas coisas como não dormir, não tomar banho ou não conseguir escrever vão expondo o rumo que a mente da jovem está tomando. Ela flerta com o suicídio o tempo todo e após uma tentativa frustrada, Esther é internada em um sanatório.

Submetida a tratamento de eletro choque e convivendo com outras moças, ela começa a se sentir fora da redoma (durante todo o livro, Esther explica que se sente sufocada dentro de uma redoma), fora das pressões e expectativas.

“Mas eu não tinha certeza. Eu não tinha certeza de nada. Como eu poderia saber se um dia – na faculdade, na Europa, em algum lugar, em qualquer lugar- a redoma de vidro não desceria novamente sobre mim, com suas distorções sufocantes?”

Muito difícil falar sobre essa obra. O livro é autobiográfico, muitos acontecimentos descritos foram vividos pela autora, que infelizmente cometeu suicídio pouco depois da publicação da obra. A narrativa é fantástica, muito poética e ao mesmo tempo fluida, mesmo tratando de um tema tão pesado, é uma leitura muito rápida. Percebi muitos tons feministas em Esther, talvez isso em uma época conservadora, tenha ajudado a personagem a sentir-se fora dos padrões e desencadear a depressão. O que mais me chamou atenção em Esther é que ela não dá sinais claros de sua instabilidade, ou até de sua insanidade, o que dificulta para pessoas que, como eu, não têm contato com a depressão conseguir entendê-la . Mas, principalmente, para pessoas como eu, esse livro é tão importante.

Avaliação: 4,5/5