Antologia de poemas de vários autores nacionais e, de diversas épocas, com um ponto em comum, a revolta.
O livro aborda todos os tipos de temas que nos enojam e causa revolta, tais como machismo, racismo e opressão, alguns poemas trazem uma luz no fim do túnel, outros já mergulham na insatisfação com a sociedade.
Nome do Livro: Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil
Autoras: Duda Porto de Souza e Aryane Cararo
Editora: Companhia das Letras (Selo Seguinte)
Ano: 2018
Páginas: 208
Foi com grande alegria que recebi a notícia da parceria do blog com a editora Companhia das Letras, e com maior alegria ainda esse primeiro livro chegou. Uma coletânea de pequenas biografias de grandes mulheres que mudaram a história do nosso país.
São 45 histórias das mais variadas, que seguem um padrão cronológico e, contemplam mulheres que fizeram a diferença e que em muitos casos caíram no esquecimento.
A obra é um compilado de 9 artigos, escritos pela jornalista e historiadora Rebecca Solnit, abordando temas políticos e sociais, mas principalmente, sobre a posição da mulher na sociedade.
O primeiro artigo “Os homens explicam tudo para mim”, que intitula o livro, a própria autora estava em uma festa, e o anfitrião um homem rico e bem relacionado começou a falar para ela sobre um livro importantíssimo que foi publicado naquele ano, e a explicar o tema complexo desse livro, sem lhe dar a chance de contar que a autora da obra que ele mencionava, era ela mesma. Esse artigo, inspirou a origem do termo “mansplaining”, junção das palavras man (homem) e explaining (explicam), para descrever homens que tentam explicar ás mulheres assuntos que elas já dominam.
A autora cita casos de estupro coletivo, assassinatos em massa e violência doméstica e, munida de estatísticas, expõe a cultura machista enraizada na sociedade. Outros temas desenvolvidos por Rebecca, é o confinamento/silenciamento (Avó aranha) e a falta de credibilidade (A síndrome de Cassandra) que envolve as mulheres.
A literatura feminista tem crescido muito nos últimos anos, tanto com novas obras, como com textos antigos republicados. Meu contato ainda é recente, e das obras que já li, achei esse livro mais direto, duro, impactante e esclarecedor, e expande a discussão sobre exploração, misoginia, sexismo e violência.
Esther é uma jovem estudante do interior dos Estados Unidos, muito estudiosa e promissora, que ganhou um estágio em uma grande revista de Nova York.
Durante sua estada na cidade grande, e em contato com todo o glamour que o estágio oferecia, Esther passa por pequenos e grandes acontecimentos que a fazem rememorar suas escolhas e, a contestar sua maneira de viver, seus gostos e anseios futuros. Começa a contestar o sentido de sua vida.
Tudo parece estar no caminho certo, ela tem uma bolsa de estudos na universidade, um estágio dos sonhos e uma carreira promissora, mas as coisas que, outras meninas de sua idade achariam espetaculares, para ela não têm o mesmo sabor. E quando o estágio acaba e ela volta a sua pequena cidade, Esther é sugada pela depressão.
A princípio não percebemos o que está acontecendo com ela, pequenas coisas como não dormir, não tomar banho ou não conseguir escrever vão expondo o rumo que a mente da jovem está tomando. Ela flerta com o suicídio o tempo todo e após uma tentativa frustrada, Esther é internada em um sanatório.
Submetida a tratamento de eletro choque e convivendo com outras moças, ela começa a se sentir fora da redoma (durante todo o livro, Esther explica que se sente sufocada dentro de uma redoma), fora das pressões e expectativas.
“Mas eu não tinha certeza. Eu não tinha certeza de nada. Como eu poderia saber se um dia – na faculdade, na Europa, em algum lugar, em qualquer lugar- a redoma de vidro não desceria novamente sobre mim, com suas distorções sufocantes?”
Muito difícil falar sobre essa obra. O livro é autobiográfico, muitos acontecimentos descritos foram vividos pela autora, que infelizmente cometeu suicídio pouco depois da publicação da obra. A narrativa é fantástica, muito poética e ao mesmo tempo fluida, mesmo tratando de um tema tão pesado, é uma leitura muito rápida. Percebi muitos tons feministas em Esther, talvez isso em uma época conservadora, tenha ajudado a personagem a sentir-se fora dos padrões e desencadear a depressão. O que mais me chamou atenção em Esther é que ela não dá sinais claros de sua instabilidade, ou até de sua insanidade, o que dificulta para pessoas que, como eu, não têm contato com a depressão conseguir entendê-la . Mas, principalmente, para pessoas como eu, esse livro é tão importante.
Conto clássico, publicado em 1892, trata de impotência. Da mulher perante o homem, da esposa perante o marido, da mente confusa e oprimida diante de um papel de parede.
A protagonista é uma mulher jovem, com um filho ainda bebê, que foi diagnosticada pelo médico, e marido, com uma histeria, um colapso mental, e o casal se instala em uma casa de campo para que a esposa possa se recuperar.
O marido e o irmão da protagonista são médicos, e tecem uma série de cuidados que ela deve tomar para a recuperação, tais como não praticar nenhum tipo de atividade física ou intelectual (ela gosta de escrever), ela deve esvaziar a mente e descansar. Mas o tempo ocioso e solitário (já que o marido passa o dia e às vezes noites trabalhando) faz com que a esposa deixe de lado as recomendações e começa um diário, onde relata não só pormenores de sua vida e relação com o marido, mas detalhes do papel de parede do quarto.
A princípio ela não gosta do papel, chega a sentir medo dele, mas com o tempo começa a notar um padrão em suas irregularidades e, observá-lo, passa a ser sua atividade principal. Ela o descreve como irregular, descobre que há mais de um plano no papel e nota que há uma mulher presa ao padrão. Sua luta acontece na tentativa de desvendar o papel e libertar essa mulher presa, libertando a si mesma.
O livro é uma metáfora brilhante sobre a condição da mulher e uma crítica à sociedade da época. O texto é autobiográfico, já que a autora passou por um caso semelhante antes de divorciar-se do primeiro marido. Pode parecer uma história de suspense, mas é um clássico do feminismo que ficou incompreendido por décadas, e hoje ganha o destaque merecido.
Comentários