Machado de Assis é sem dúvida meu escritor preferido, li seus romances há bastante tempo, alguns já reli mais de uma vez, mas nunca em ordem cronológica. 


Quando a @isavichi propôs a leitura conjunta de Machado não pensei duas vezes, foi o incentivo para ler seus romances novamente e agora conseguir,  sob ótica cronológica, perceber o desenvolvimento do Machado romancista. 
Ressurreição é o livro que abre esse projeto. Publicado em 1872, o livro curto já tem em suas páginas a marca do grande escritor. Não só pelo narrador intrometido que dá seus palpites a todo momento, mas pela complexidade dos personagens, principalmente o protagonista. 
Na obra conhecemos Félix, um “bon-vivant” solteirão que vive de uma herança e não se prende aos seus relacionamentos amorosos, para ele a paixão dura só um semestre e antes que possa se tornar um problema, findo os seis meses de amor ele parte para outra. Mas a visão de Félix sobre o amor muda quando ele conhece Lívia, uma jovem e belíssima viúva. 
Lívia e Félix se apaixonam, mas a relação se torna conturbada e verdadeiramente tóxica, devido às inseguranças e ciúmes de Félix. 
Muita gente não gosta dos livros dessa primeira fase da vida literária de Machado, mas eu particularmente gosto muito. Já são nítidas as singularidades do autor no romance de estreia e, pra mim algumas característicade Félix abrem portas para Brás Cubas e Bentinho (Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro).
Ansiosa para o próximo romance. 

Nome do livro: Ressurreição
Autor: Machado de Assis
Editora: Nova Aguilar
Ano: 2018
Páginas: 70