Enfim encerramos a leitura conjunta de O conde de Monte Cristo, foram mais de 1660 páginas em 2 meses e meio e, essa saga cheia de tramas e subtramas, disfarces, traições, tesouros, romance e vingança, foi uma excelente leitura e um ótimo modo de encerrar esse ano tão difícil.

O jovem Edmond Dantès é um marinheiro de 19 anos, um rapaz humilde e simples que não tem grandes ambições, apenas trabalhar honestamente e se casar com sua noiva Mercedes, mas, o que Dantès não sabe, é que existem muitos invejosos a sua volta.
Fernand é primo de Mercedes, apaixonado por ela e, disposto a fazer de tudo para separar o jovem casal, Danglars é contador do navio onde Dantès trabalha e com a morte do capitão e a nomeação de Edmond para o posto, Danglars se enche de inveja e quer se livrar do novo capitão de qualquer jeito. Os dois se unem para derrubar Dantès e, conseguem que ele seja preso por Bonapartismo (naquela época, ser Bonapartista era crime contra a pátria), a denúncia se agrava quando o procurador do rei, Villefort, que tem um pai Bonapartista, resolve fazer de Dantès um exemplo e, para dar provas ao atual governo que é diferente de seu pai coloca Edmond da cadeia sem julgamento.
Edmond passa 14 anos da prisão no Castelo de If, durante esse período ele passa por diversas provações, tentado até mesmo o suicídio, mas tudo muda quando ele conhece outro preso, o abade Faria. Faria não só é um abade, mas um homem com inúmeras habilidades e conhecimentos e ele compartilha todos eles com Dantès.
É aprendendo filosofia, matemática e vários idiomas que o jovem marinheiro passa a maior parte do seu tempo na prisão, mas, o maior conhecimento que Faria lhe transmite é o mapa de um tesouro. Esse tesouro, que pertencia a família que o abade trabalhou, tem riquezas incontáveis e está localizado na Ilha de Monte Cristo.Quando Dantès consegue fugir do Castelo de If (numa fuga sensacional e de tirar o fôlego) ele parte para a Ilha de Monte Cristo com um só propósito, se vingar de todos que arruinaram sua vida.
Agora Conde de Monte Cristo, munido de uma enorme fortuna e de conhecimento, Edmond Dantès vai, como um enxadrista, movimentar a vida dos seus algozes e levá-los à ruína.

Escrito em folhetins entre os anos de 1844 e 1846, o livro tem capítulos relativamente curtos e o escritor, Alexandre Dumas vai usar cliff-hangers para te prender a cada capítulo. Quem já leu o livro sabe que esse novelão Francês vai te prender. São muitos acontecimentos durante esses quase 24 anos desde a prisão de Dantès até a consagração de sua vingança. Passamos por muitos países e vivemos momentos históricos, como a restauração da monarquia na França pós Bonaparte. As personagens são inúmeras e o Abade Faria, o Sr. Nortier (pai de Villefort) e a Srta. Eugenie (filha de Danglars) se destacam por estarem à frente de seu tempo.
Mais que um romance Francês sobre vingança, esse calhamaço é um tratado sobre até que ponto o sentimento de fazer justiça muda o comportamento e a essência do ser humano.

Nome do Livro: O conde de Monte Cristo
Autor: Alexandre Dumas
Editora: Zahar
Ano: 2012
Páginas: 1663


Leia também a resenha do livro O corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo. Escritor francês contemporâneo de Alexandre Dumas.