As aparências enganam, o que observamos a primeira vista não é o que parece. É isso que Muriel Barbery nos apresenta em A elegância do ouriço.

Narrado por duas vozes, o livro traz as histórias de Renée e Paloma.
Renée é uma viúva de 54 anos, concierge em um prédio residencial de alto luxo em Paris. Uma mulher trabalhadora que esconde um segredo, é uma intelectual. Ela aprecia literatura, música e artes, mas não quer que as pessoas saibam, gosta de parecer uma simples concierge, uma trabalhadora sem aspirações culturais ou refinamento. Tanto para manter sua individualidade e sossego, como uma forma de zombar dos moradores do prédio, que são ricos e se veem numa classe superior.
Já Paloma, é uma menina de 12 anos, também muito culta e inteligente para sua idade. Vive com a família no prédio onde Renée trabalha e, igualmente, esconde um segredo, não vê sentido na vida e pretende suicidar-se.
As duas narradoras, embora vivam no mesmo ambiente, não mantém nenhuma relação. São duas pessoas com idades e de classe social muito diferentes, mas parecidas em tantos outros aspectos que acabam se aproximando. Quem as aproxima é um novo morador do prédio, um senhor japonês que revolucionará a vida das duas.


Além de uma história envolvente, o livro é narrado com muita delicadeza. Entramos na mente das narradoras e conhecemos seus pensamentos mais profundos, suas reflexões. É uma linda jornada filosófica.
Cheio de referências literárias e culturais, é um deleite para os apaixonados por arte e, por filosofia.

Nome do Livro: A elegância do ouriço
Autora: Muriel Barbery
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2008
Páginas: 352

Leia também a resenha de Um coração simples, outra obra francesa, do renomado autor Gustave Flaubert.