Nome do Livro: As boas mulheres da China
Autora: Xinran
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2007
Páginas: 256
Em 1949 com a proclamação da República Popular da China, o então chefe supremo Mao Tsé-Tung implantou o socialismo pelos moldes soviéticos. As novas políticas econômicas e culturais eclodiram diversos conflitos com outros países e, cada vez mais a população chinesa sofreu com a violência e a falta de alimentos. O boom ocorreu a partir dos anos 60 com a revolução cultural, que visava neutralizar a oposição, o que matou milhares de pessoas.
Após a morte de Mao, a China começou a afrouxar o laço ditatorial e a abrir caminhos mais flexíveis. É a partir desse momento que Xinran, uma jornalista e apresentadora de rádio, começa a receber cartas de ouvintes de seu programa, na maioria de mulheres que precisam de ajuda.
O que começou com algumas cartas e telefonemas chegou a centenas de histórias e um programa totalmente dedicado à mulher chinesa (claro, ainda com muita vigilância do partido comunista). Desse período em que apresentou o programa de rádio, Xinran escreveu As boas mulheres da China, um compilado de histórias tão chocantes que parecem ficção e, talvez o mais chocante seja que são reais.
As histórias mostram a vulnerabilidade das mulheres diante do regime ditatorial, mas acima de tudo, diante das crenças e tradições que tentam justificar o injustificável. Estupro de crianças, submissão, violência, casamentos forçados e tantos outros relatos impactantes e, em muitos dos casos a ingenuidade de mulheres que nem sabiam que o que sofriam, era abuso.
Esse é mais um livro extremamente necessário para entendermos a posição da mulher na sociedade. Muitas de nós somos privilegiadas por nascer/viver em países “liberais” e, ter acesso a essas histórias só ilustra a importância do feminismo e da igualdade de gênero.
