E se suas conversas mais íntimas fossem expostas na internet?
Michel Laub, em seu O tribunal da Quinta-feira, aborda mais do que uma trama envolvendo traições, ele nos faz repensar quem somos quando ninguém mais está vendo, ou lendo.


José Victor é um publicitário de 43 anos, casado há 4 com Teca e, o casamento já não está nos melhores dias, ele inclusive mantém uma relacionamento extraconjugal com uma estagiária de sua agência.
Depois de finalmente se separar de Teca, José Victor se depara com uma situação inimaginável, sua ex-esposa descobriu a senha do seu e-mail e expôs na internet diversos trechos de conversas que José mantinha com seu amigo Walter.
Walter é homossexual e soropositivo e, eles abordam em suas conversas não só a doença de Walter (que é segredo), mas a relação entre José e a estagiária. Por se tratarem de amigos íntimos, o tom da conversa não tem filtro e, é esse conteúdo machista, sexista, homofóbico e perverso que cai na rede.
Teca divulga as conversas num domingo e, até a quinta-feira, José Victor passará por todos os tipos de julgamentos.


Michel Laub criou um narrador/protagonista indigesto, é impossível ter empatia por José Victor e, eu acredito que a intensão seja essa mesmo.
O que mais gosto nessa obra é o estilo narrativo, um relato de José para si mesmo, sem filtros. Mas, infelizmente, o livro em si não me envolveu, fiquei esperando muito mais.

Nome do livro: O tribunal da Quinta-feira
Autor: Michel Laub
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2016
Páginas: 183

Leia também a resenha de O homem que odiava Machado de Assis, de José de Almeia Júnior, outro livro de literatura brasileira.