Esse é o segundo livro de Ann Patchett que leio e, mais uma vez fui surpreendida por uma história simples mas muito bem contada.


A casa holandesa é um livro de memórias, Danny é o narrador e nos conta já na fase adulta sobre sua infância, sua relação com os pais, a irmã, a madrasta e principalmente, com a casa.A mãe abandona a família quando Danny era apenas um bebê, e ele cresce cercado pelos empregados da casa, um pai distante e a irmã que é seu porto seguro, a relação dos irmãos é a mais importante do livro, é ela que se estende por toda a narrativa. Quando Danny tem cerca de 10 anos, seu pai se casa novamente e ele e a irmã Maeve não gostam nada da madrasta, para eles ela não tem nenhum interesse no pai, apenas na casa. Poucos anos depois, com a morte do pai, a madrasta expulsa os irmãos da casa holandesa, ela fica com toda a fortuna da família e Danny e Maeve tem que enfrentar uma vida nova longe de tudo que era familiar e tão importante para eles.
A casa holandesa mais que um ambiente é uma personagem a mais na história. Esse casarão antigo que pertenceu à uma família holandesa e foi comprado pelo pai de Danny com todos os móveis e decoração intactos, é descrito minuciosamente no livro, os quadros, as escadas, o teto decorado, os jardins, a piscina, os pisos e azulejos, enfim cada detalhe da casa é descrito pelo narrador. A casa para esses irmãos é a memória viva do pai, da mãe e da infância, então eles, mesmo depois de adultos, sempre voltam à frente da casa e ficam observando e lembrando dos detalhes. 
Como já comentei essa é uma história simples, sem grandes acontecimentos, é uma narrativa de desenvolvimento de personagens, a beleza do livro está no crescimento de Danny e Maeve, na relação de amor entre os irmãos e em como esses personagens amadurecem.

Nome do livro: A casa holandesa
Autora: Ann Patchett
Editora: Intrínseca
Ano: 2020
Páginas: 240