Publicado em 1991 pela escritora feminista Naomi Wolf, o livro aborda como as pressões estéticas inviabilizam a qualidade de vida das mulheres.


O livro é dividido em oito partes, sendo a primeira uma explicação ampla do que é o mito da beleza. De acordo com Wolf, a busca pela aparência ideal estimula a competição entre as mulheres e o mito da beleza seria uma das invenções da nossa sociedade patriarcal, para tentar controlar as mulheres. Ainda de acordo com a autora, a baixa autoestima muda nosso comportamento e nos subjuga ao domínio masculino.
Naomi Wolf, no decorrer de todo o livro, cita exemplos de como a vida das mulheres são afetadas pela maneira como elas mesmas se veem, e pela maneira como a sociedade as vê. Desde o mercado de trabalho (onde ser atraente é um problema e, não ser também o é) à religiosidade (que há séculos tenta controlar o corpo feminino), passando pelo o que está enraizado na cultura mundial, o livro explana como a aparência das mulheres as limita, e que o mesmo não acontece com os homens.
O livro como um todo é muito impactante e abre nossos olhos para o que encaramos como natural, mas não é. A parte que mais me impactou foi o capítulo “Religião”, que explica claramente que após as mulheres conquistarem a liberdade sexual (o que os dogmas religiosos tentam impedir – contraceptivos, aborto,virgindade), era preciso alguma coisa nova para controlar esse comportamento “libertino” e, fazer com que as mulheres não se sintam atraentes, barra a liberdade sexual.
Para mim, foi uma leitura muito densa e lenta, levei vários meses para concluí-la, mas necessária, que enriqueceu muito minha visão sobre mim mesma, recomendo.

Nome do Livro: O mito da beleza
Autora: Naomi Wolf
Editora: Rosa dos tempos
Ano: 2019
Páginas: 490

Leia também a resenha de Calibã e a bruxa de Silvia Federici, outro livro que traz à tona realidades pouco discutidas sobre a dominação das mulheres.